Mesmo diferindo do calendário civil, o Ano Litúrgico nos reserva para o primeiro dia do ano a Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima. Este título nasceu nos primórdios da Igreja, juntamente com o dogma homônimo que declara Maria Mãe de Deus, devido Jesus encarnar e dela receber sua humanidade e, mesmo assim, participar da comunhão na Trindade, que se mantém imutável. Assim professamos: “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”.  

Tradicionalmente, neste dia o Papa preside a Santa Missa no Altar da Confissão, localizado no centro da Basílica de São Pedro, em Roma. Em um trecho de sua homilia, o papa ressaltou a importância do mistério celebrado nesse dia, e o transbordamento do amor de Deus, que através da encarnação de seu filho, une a Trindade à humanidade eternamente: “Tal é o mistério de hoje, que suscita uma maravilha infinita: Deus uniu-se à humanidade para sempre. Deus e o homem sempre juntos: eis a boa notícia no início do ano. Deus não é um senhor distante que habita solitário nos céus, mas o Amor encarnado, nascido como nós duma mãe para ser irmão de cada um. Está nos joelhos de sua mãe, que é também nossa mãe, e de lá derrama uma nova ternura sobre a humanidade. Nós compreendemos melhor o amor divino, que é paterno e materno, como o duma mãe que não cessa de crer nos filhos e nunca os abandona. O Deus-conosco nos ama independentemente dos nossos erros, dos nossos pecados, do modo como fazemos caminhar o mundo. Deus crê na humanidade, da qual sobressai, primeira e incomparável, a sua Mãe.”