Filhos da Sagrada Família - Vocações Manyanet
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Por: Arielson Milcheski da Cruz (Aspirante),     01/05/2019 |  18:07:01
Aleluia, é Páscoa!

“Te estabeleci como luz das nações” (Is 49, 6) é como, em linguagem tipológica, Cristo é referido no Segundo cântico do Servo, pelo profeta Isaías. Retomando a liturgia solene da Vigília Pascal, podemos compreender o sentido da Páscoa através de dois elementos: o Círio Pascal e o cântico Exultet. O que o Círio Pascal representa? O que significam seus símbolos? Aceso após a benção do Fogo Novo, o Círio Pascal é símbolo de Cristo Luz das Nações (Lc 2, 32). A cruz, elemento presente no círio, representa a redenção pois, através dela, Jesus “levou sobre si os pecados de muitos” (Is 53, 12). A letra grega alfa (A), afirma que Cristo é o princípio; já a letra grega ômega (Ω), quer nos lembrar que Cristo é o fim de todas as coisas. Na oração feita pelo sacerdote, escutamos assim: “Cristo, ontem e hoje, princípio e fim...”. O anagrama de Christós, em grego, é representado pelas letras X e P. Os cinco cravos, ou grãos de incenso, fixados no círio simbolizam as cinco chagas de Cristo: a coroa de espinhos, as chagas das mãos direita e esquerda, a chaga dos pés e o corte feito pelo soldado no lado, de onde jorraram sangue e água (Jo 19, 33). Por fim, “A Ele o tempo e a eternidade”, é o que diz o sacerdote ao fazer o sinal sobre os números que indicam o ano em que estamos, fixados no círio. Na procissão escutamos, por três vezes a exclamação Lumen Christi! (Luz de Cristo!) e, acendendo nossas velas, lembramos Efésios 5, 14: “Desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará”. Depois, em procissão e segurando nossas velas acesas no círio, seguimos no silêncio e na escuridão para o interior da igreja, costume presente desde o século VIII.

Através da Proclamação da Páscoa (Exsultet), cantada após a procissão feita com o Círio Pascal, compreendemos melhor o que estamos celebrando. Jesus é anunciado como o Cordeiro, que marca nossas almas com o seu sangue (Ex 12, 7). O Círio Pascal aceso representa a coluna de fogo que guiava o povo após a passagem do Mar Vermelho (Ex 13, 21). O pecado de Adão é tido como felix culpa (feliz culpa), pois mereceu a graça da Redenção, na qual Cristo dissolveu o pecado em seu Amor! O Exultet assinala a contradição entre as trevas do pecado e a luz da ressurreição: A noite em que Cristo ressuscita será, para nós, luz; esta é a noite que enche de luz e paz nossos corações; na treva humana agora habita a luz de Deus; o Ressuscitado é que nos trás a luz; e, o Círio Pascal aceso mistura sua luz á das estrelas! Portanto, a Páscoa é luz. Devemos seguir o conselho de Paulo: “Vós sois filhos da luz, filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas...” (1 Ts 5,5). Por fim, ainda em linguagem tipológica, Deus Pai diz de Jesus: “Eu te constituí como aliança do povo, como luz das nações, afim de abrires os olhos dos cegos, afim de soltares do cárcere os presos, e da prisão os que habitam nas trevas” (Is 42, 7). Destas duas partes da solene Vigília retiramos, assim, duas lições para todo o Tempo Pascal: Jesus, o Ressuscitado, nos convida a participar da luz da vida que é alegria e paz; e, que Páscoa é passagem, das muitas trevas da nossa vida, para uma luz que só Jesus pode dar. Aleluia, é Páscoa!

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