Vivemos num tempo de muitas informações e ideias, formas diferentes de conhecimento e de aprendizagem, técnicas de anunciar e persuadir, posturas para dramatizar e assim chegar com maior eficácia aos telespectadores. Este é o ponto que gostaria de fixássemos a nossa atenção, vivemos num tempo cronológico, ou seja, o tempo em que nós mesmos estabelecemos para o uso no nosso dia a dia, tempo este considerado ou não pela natureza, é o espaço de tempo em que os acontecimentos desenrolam e os personagens realizam suas ações, e no decorrer deste tempo a vida segue a sua evolução, o seu crescimento, a sua expansão, o seu conhecimento, a sua inovação, ou seja, acaba por buscar novas formas de como dá sentido ao tempo e que este tempo esteja ao alcance de todos e mais flexível para todos.

O tempo cronológico e histórico do nascimento de Jesus passou, porém, o Natal por mais que seja um acontecimento do passado, continua sendo hoje uma mensagem de esperança, porque é um verdadeiro Kairós, ou seja, um momento oportuno para aflorar a nossa sensibilidade à presença de Deus. Este Kairós, é o tempo favorável para fazer surgir do nosso interior o motivo de seguir apostando pelo novo, pela renovação.

Natal, é o tempo de Deus para encontrar com os homens. É o dia do encontro pessoal do Deus humanado com a humanidade. Ao vivermos num mundo virtual, somos vendados sem saber o que realmente é real ou verdadeiro, consequentemente acabamos por deixar de lado aqueles sentimentos mais humanos ou que desperta em todos atitudes de irmandade que nos humanizem de tal forma que começamos a abrir os olhos da fé e da esperança para algo novo que já está no meio de nós. Mesmo com tudo isso, o ser humano se vê incapaz de acreditar em que a esperança se constrói e se humaniza cada vez que deixamos a mensagem da Boa Nova dá sentido à nossa vida. A partir desta experiência do tempo de Deus conseguimos gerar dentro de nós a virtude da esperança.

Ao celebrar pelo mundo um acontecimento tão natural e humano como, por exemplo, o nascimento de uma criança, depositamos um certo grau de esperança, porque o novo se apresenta para iluminar e conduzir uma série de sentimentos provocados por tais momentos.

O certo é reconhecer que o nascer já é uma mensagem de esperança, portanto é o momento de também renascermos para Deus e nos colocar à sua disposição em criar uma sociedade despojada para se deixar crescer e educar em sabedoria, idade e graça.