No último domingo (19), no qual a Igreja celebra a Festa de São José esposo de Maria e padroeiro da Igreja universal, e o 4º aniversário do início do Pontificado do Papa Francisco, o Santo Padre aproveitou a ocasião da oração mariana do Angelus e comentou o Evangelho deste terceiro domingo de Quaresma, que nos apresenta o diálogo de Jesus com a samaritana; um diálogo ocorrido em Samaria, região entre Judeia e a Galileia, habitada por pessoas que os Judeus desprezavam porque as consideravam cismáticas e heréticas. Mas – sublinhou o Papa – foi precisamente essa população a primeira a aderir às pregações cristãs dos Apóstolos.
Jesus pára junto de um poço onde a samaritana foi buscar água, e pede-lhe água para Ele beber. A samaritana fica surpreendida que um judeu peça algo a uma samaritana e, Jesus responde-lhe que se ela soubesse quem é Ele, seria ela a pedir-Lhe algo e Ele dar-lhe-ia a “água viva”, a água que sacia todas as sedes e se torna fonte inexaurível de vida no coração de quem a bebe.
Quando a Samaritana se dá conta de que está perante um profeta, confia-lhe a própria vida e lhe faz perguntas de caráter religioso. A sua sede de afeto e de vida plena não foi saciada pelos cinco maridos que tinha tido. Antes pelo contrário: tinha passado por enganos e desilusões. Por isso, fica surpreendia com respeito que Jesus mostra em relação a ela e por lhe falar de verdadeira fé. Ela intui, então, que poderia estar perante o Messias, e Jesus confirma-lhe de fato isso: “Sou eu, que falo contigo”.
O Papa faz notar como Jesus diz ser o Messias a uma mulher que tinha a vida tão desordenada, e prossegue dizendo que, pelo nosso Batismo, Deus nos transformou e nos encheu de graça. Mas talvez tenhamos esquecido desse grande dom ou o tenhamos reduzido a um mero dado anagráfico. E andamos talvez à procura de poços que não matam a verdadeira sede.
“Então este Evangelho é precisamente para nós. Não só para a samaritana. Para nós! Jesus nos fala como à samaritana. Certo, nós já O conhecemos, mas talvez não O tenhamos ainda encontrado pessoalmente, falando com Ele e não O reconhecemos ainda como nosso Salvador.”
“Este tempo de Quaresma é uma boa ocasião para nos aproximarmos d’Ele, encontra-Lo na oração e no diálogo coração a coração, falar com Ele, escutá-Lo, ver o seu rosto no rosto de um irmão ou de uma irmã que sofre”.
Francisco concluiu invocando de Nossa Senhora a ajuda para acedermos constantemente à graça que brota da rocha que é Cristo Salvador, a fim de que possamos professar com convicção a nossa fé e anunciar, com alegria, as maravilhas do amor de Deus, misericordioso e fonte de todos os bens.
Depois da oração mariana do Ângelus, o Papa assegurou a sua proximidade “à cara população do Peru, duramente atingida por devastadores aluviões. Rezo pelas vítimas – disse e por quanto estão empenhados a prestar socorro”.
O Papa recordou ainda que ontem, em Bolzano, extremo norte da Itália, foi proclamado Beato Joseh Mayr-Nusser, pai de família e expoente da Ação Católica, martirizado até à morte por se ter recusado a aderir ao nazismo por fidelidade ao Evangelho.
Francisco saudou depois de forma cordial a todos os peregrinos presentes, assinalando de modo particular as Comunidades Neo-Catecumenais vindas de Angola e da Lituânia, assim como os responsáveis da Comunidade de Sant’Egídio da África e da América Latina.
A todos, o Papa desejou bom domingo e pediu como sempre orações para ele.
Fonte: Rádio Vaticana