No último domingo, antes da oração mariana do Angelus, o Papa Francisco, dirigindo-se aos milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça de São Pedro, comentou o Evangelho no centro do qual, disse, está Jesus e o cego de nascença. Cristo restitui-lhe a vista, explicou o Papa, primeiro misturando a terra com saliva, ungindo depois com ela os olhos do cego e dizendo-lhe em seguida para se ir lavar na piscina de Siloé. O homem vai, se lava, e recupera a vista.
“Com este milagre Jesus se revela como luz do mundo; e o cego de nascença representa cada um de nós, que fomos criados para conhecer a Deus, mas por causa do pecado somos como cegos, precisamos de uma luz nova, a da fé, que Jesus nos deu”.
Este episódio leva-nos a refletir sobre a nossa fé em Cristo, Filho de Deus e também se refere ao batismo, primeiro sacramento da fé e que nos faz "vir à luz", mediante o renascimento pela água e o Espírito Santo – explicou Francisco.
“O cego de nascença curado nos representa quando nós não percebemos que Jesus é "a luz do mundo", quando olhamos para outro lado, quando preferimos confiar em pequenas luzes, quando ziguezagueamos no escuro. O fato de que aquele cego não tem nome nos ajuda a espelhar-nos com o nosso rosto e o nosso nome na sua história”.
Na verdade, também nós fomos "iluminados" por Cristo no Batismo – prosseguiu o Papa - e, portanto, somos chamados a comportar-nos como filhos da luz.
Que Virgem Santa – concluiu o Papa - nos obtenha a graça de acolher novamente nesta Quaresma a luz da fé, redescobrindo o dom inestimável do Batismo, e esta nova iluminação nos transforme nas atitudes e ações, para sermos também nós, portadores de um raio da luz de Cristo.