Filhos da Sagrada Família - Vocações Manyanet
Filhos da Sagrada Família - Vocações Manyanet
 Notícias 
Filhos da Sagrada Família - Vocações Manyanet
#Igreja no Mundo  Por: Assessoria de Comunicação,     27/03/2017 |  17:30:13 - Atualizada em:     27/03/2017 |  17:30:13
Papa Francisco: a alegria da salvação nasce na vida cotidiana

Na tarde da última sexta-feira o Papa Francisco presidiu a uma Missa campal no grande Parque de Monza, onde milhares e milhares de fiéis aguardavam desde cedo a sua chegada. De entre eles muitos migrantes, e também argentinos. Na sua homilia, comentando o Evangelho do dia, Francisco referiu-se antes de tudo às duas anunciações de que fala São Lucas: a anunciação de João Batista, quando Zacarias estava em plena liturgia no Santuário do Templo, e a anunciação de Jesus, num lugar apartado, a Galileia, cidade periférica e no anonimato da casa de Maria.

O contraste entre as duas anunciações – explicou Francisco – diz-nos que o novo templo de Deus, o novo encontro de Deus com o seu povo acontece em lugares inesperados, nas margens, na periferia, e que é na periferia onde Deus se encontrará com o seu povo, Deus se fará carne para caminhar conosco desde o seio de Maria sua mãe.

E é o próprio Deus – prosseguiu Francisco – que toma a iniciativa e escolhe de inserir-se, como fez com Maria, nas nossas casas, nas nossas lutas cotidianas, cheias de ânsias e também de desejos; e é dentro das nossas cidades, das nossas escolas e universidades, das praças e dos hospitais que acontece o anúncio mais belo que possamos escutar: “Alegra-te, o Senhor está contigo!”, uma alegria que se torna solidariedade, hospitalidade e misericórdia para com todos.

“Mas como Maria, podemos também nós estar perturbados e podermos dizer: ‘Como vai isso acontecer’ em tempos assim tão cheios de especulação? Se especula sobre a vida, o trabalho, a família. Se especula sobre os pobres e os migrantes; se especula sobre os jovens e o seu futuro. Tudo parece estar reduzido a números, deixando, por outro lado, que a vida cotidiana de muitas famílias se encha de incerteza e insegurança. Enquanto a dor bate à porta de muita gente, enquanto em muitos jovens cresce a insatisfação por falta de oportunidades reais, a especulação abunda em toda parte”.

 “Se continuam a ser possíveis a alegria e a esperança cristã, não podemos, e não queremos permanecer perante tantas situações dolorosas como meros espectadores que olham para o céu esperando que "pare de chover". Tudo o que acontece exige de nós que olhemos para o presente com audácia, com a coragem de quem sabe que a alegria da salvação toma forma na vida quotidiana da casa de uma jovem de Nazaré”.

E perante as nossas perturbações, o Papa mencionou três chaves que o Anjo nos oferece para nos ajudar a aceitar a missão que nos é confiada: evocar a memória, a pertença ao povo de Deus e a possibilidade das coisas impossíveis.

Sobre a memória, o Papa frisou que também nós, hoje, somos convidados a fazer memória, a olhar para o nosso passado para não esquecer de onde viemos; para não esquecer os nossos antepassados, os nossos avós e de tudo aquilo por que passaram para chegar onde estamos hoje. A memória, disse ainda Francisco, ajuda-nos a não ficar prisioneiros de discursos que semeiam fraturas e divisões como único modo de resolver os conflitos.

Mas faz-nos bem recordar ainda que somos membros do povo de Deus, disse Francisco falando da importância da pertença ao povo de Deus: “Um povo formado por mil rostos, histórias e proveniências, um povo multicultural e multiétnico. Esta é uma das nossas riquezas. É um povo chamado a hospedar as diferenças, a integrá-las com respeito e criatividade e a celebrar a novidade que vem dos outros; um povo que não tem medo de abraçar os confins, as fronteiras; um povo que não tem medo de dar acolhimento a quem dela necessita, porque sabe que lá está o seu Senhor”.

E sobre a possibilidade das coisas impossíveis, o Papa advertiu que quando pensamos  que tudo depende apenas de nós continuamos prisioneiros das nossas capacidades, da nossa força e dos nossos horizontes míopes, mas quando nos deixamos ajudar, aconselhar, e quando nos abrimos à graça, parece que o impossível começa a tornar-se realidade.

E Francisco concluiu recordando que, como ontem, Deus continua a procurar aliados, continua a procurar homens e mulheres capazes de crer, capazes de fazer memória, de sentir-se parte do seu povo para cooperar com a criatividade do Espírito. Deus continua a caminhar nos nossos bairros e nas nossas ruas, e em todos os lugares em busca de corações capazes de ouvir o seu convite e fazer que se torne carne, aqui e agora – rematou Francisco.

  Notícias 
© 2016 - Direitos reservados