Nós, homens calculamos o tempo nos seus mínimos detalhes: horas, minutos, segundos, dias meses, anos, porém, diante de Deus tudo é eternidade, não há princípio nem fim. Ao longo da nossa peregrinação por esta terra estamos fazendo caminho rumo a esta eternidade onde pela fé esperamos um dia encontrarmos com Ele.

Este tempo é o nosso caminhar de cada dia, tendo a sua importância e a sua pedagogia divina. Tempo para reflexionar, pensar, meditar, levantar quando equivocamos e ajudar aqueles que necessitam de nós. É Deus quem nos fornece este tempo para que aprendamos a caminhar com Ele. O Santo Padre, o Papa Francisco fala: “Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria.” (Evangelii gaudium, 3).

Neste momento em que acabamos mais um ano e começamos um novo é bom reflexionar para saber como foi para tirar as conclusões, aquilo que aproveitamos ou não. Cada ano é um presente de Deus para fazer crescer, aprender e servir aos outros. Como já dizia São João da Cruz, poeta místico do renascimento espanhol: “Ao entardecer desta vida, serás examinado no amor”. Seria um bom exame para a nossa vida.

Cada ano temos uma oportunidade para melhorar e para renovar aqueles bons propósitos como ideais, sejam no sentido vocacional e futuro. Na verdade aquele que realmente se prepara e amadurece cada dia, acaba crescendo espiritualmente, como a semente lançando na terra que começa a dar raízes, isso é o que Deus faz, plantando em nós para futuramente produzir.

O nosso Santo Padre Fundador, José Manyanet nos faz reflexionar sobre este tema em uma das suas meditações: “O que Deus espera de uma alma chamado à Vida Religiosa?” (Espírito da Sagrada Família, 1ª parte, meditação 3ª). O tempo que Deus nos da tem um objetivo claro preparar-nos para aquilo que somos chamados de acordo à nossa vocação. Quem se prepara acaba encontrando uma grande satisfação interior de paz e alegria pelo trabalho bem-feito. Não podemos perder tempo porque o relógio da vida continua avançando.

No ciclo da vida nada é em vão. Tudo nos fala e tem a sua importância. Escutei de um pedagogo que falava que a vida é o resultado matemático das somas e divisões que no final sai os resultados. A boa somatória, o mal se divide.

Que possamos abrir ao novo ano que começa com grande jubilo para que ao imitarmos a Jesus de Nazaré também possamos crescer em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.

Acabo com as palavras do Papa Francisco nas primeiras vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus em 2016: “Olhando o ano que se acaba, como nos faz bem contemplar o Menino Deus! É um convite a voltar às fontes e às raízes da nossa fé. Em Jesus, a fé faz-se esperança, torna-se fermento e bênção”.

FELIZ ANO NOVO!!!