Filhos da Sagrada Família - Vocações Manyanet
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Por: Pe. Lucimar, sf,     03/05/2024 |  17:40:06
O trabalho, dignidade do ser humano

Dia primeiro de maio, celebra-se em todo o mundo uma festa muito significativa para todos os trabalhadores, é o dia de São José Operário, festa instituída pelo Papa Pio XII a 1º de maio de 1955. Tudo isso para lembrar de um grande personagem que deixou marcas profundas numa cidade chamada Nazaré, uma cidade humilde e desacreditada, tal como relata o texto: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1,45). Quando Jesus ouviu esta frase, com certeza sentiu tristeza, mas ele sabia que de Nazaré sairia o Tudo para todos. Mas que Jesus também teve algum pensamento para o seu pai São José, pode ser que sim. Porque com são José, Jesus aprendeu o significado do trabalho de carpinteiro, como sempre estava ao seu lado e ali, olhava, aprendia e “crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,39-40).

 

O papa Paulo VI no ano de 1964, em uma peregrinação à Terra Santa, proferiu umas belas palavras na cidade Nazaré e que vale a pena recordar: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo. [...] Ó Nazaré, ó casa do “filho do carpinteiro”! É aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei, severa e redentora, do trabalho humano; aqui, restabelecer a consciência da nobreza do trabalho; aqui, lembrar que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que sua liberdade e nobreza resultam, mais que de seu valor econômico, dos valores que constituem o seu fim”.

 

Em Nazaré, olhando para José, também se aprende a como fazer a vontade do ser divino. Com José, o carpinteiro de Nazaré, o filho de Deus aprendeu quem ele é. O convívio com o escolhido de Deus, Jesus soube reconhecer o valor do trabalho. Ao olhar para o texto de Mt 13,54-55a, percebe-se Jesus na sinagoga de Nazaré: “Dirigiu-se para a sua pátria, pôs-se a ensinar as pessoas que estavam na sinagoga, de tal sorte que elas se maravilhavam e diziam: de onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro?”. Está na cara que ser um carpinteiro era algo insignificante, humildade, de uma classe social inferior. Santo Agostinho, defende uma ideia grandiosa quando diz: “O Pai de Cristo é Deus Carpinteiro, que fabricou a obra de todo o mundo, dispôs a arca de Noé, comunicou a Moisés a ordem do tabernáculo e instituiu a Arca da Aliança. Eu diria carpinteiro porque aplaina as mentes rígidas, cortando os pensamentos soberbos” (Catena Aurea – Vol.I: Evangelho de Mateus, p. 482).

 

Bem lembrou o Papa São João Paulo II, na Encíclica Laborem Exercens, sobre o Trabalho Humano em comemoração dos 90° aniversário da Encíclica Rerum Novarum, sobre as condições dos operários “A palavra trabalho é indicada toda a atividade realizada pelo mesmo homem, tanto manual como intelectual, independentemente das suas características e das circunstâncias, quer dizer toda a atividade humana que se pode e deve reconhecer como trabalho, no meio de toda aquela riqueza de atividades para as quais o homem tem capacidade e está predisposto pela própria natureza, em virtude da sua humanidade”

 

“Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa” (Col 3,23-24). O trabalho dignifica o homem, olhar para são José, como um modelo de trabalhador, significa que devemos buscar oportunidades de vencer na vida, não importando qual o trabalho que vou fazer, porque o importante é sentir-se realizado como pessoa. São José operário... Rogai por nós...

 

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