O matrimônio, antes de ser um contrato humano, é uma vocação divina. Desde a criação, Deus quis que o homem e a mulher formassem uma comunhão de vida e amor, aberta à geração dos filhos e ao serviço da vida. Em Mateus 19,6, Jesus recorda o plano original do Criador: “O homem não separe o que Deus uniu”. O matrimônio é, portanto, uma aliança sagrada e indissolúvel, sinal visível do amor de Cristo pela Igreja.
A Sagrada Família é o modelo perfeito dessa vocação. Em Nazaré, Maria e José viveram unidos na fé, no amor e na missão, acolhendo o Filho de Deus e educando-o na simplicidade da vida cotidiana. Ali, o lar tornou-se verdadeiro santuário, onde Deus era o centro e cada gesto era marcado pela fidelidade à Sua vontade. Toda família cristã é chamada a ser reflexo dessa comunhão santa, tornando-se “Igreja doméstica” que educa na fé e constrói a sociedade.
Em sua homilia no Jubileu das Famílias, o Papa Leão XIV recordou que “o matrimônio não é um ideal, mas a regra do verdadeiro amor entre o homem e a mulher; amor total, fiel e fecundo”. Ele afirmou ainda que “as famílias são o berço do futuro da humanidade” e destacou exemplos de casais santos, como Luís e Zélia Martin, lembrando que o mundo precisa da aliança conjugal para acolher o amor de Deus.
Num tempo em que tantas forças ameaçam a família, o testemunho de casais fiéis é luz para o mundo. O matrimônio cristão, vivido como vocação, é caminho seguro de santidade e missão. Que, inspirados na Sagrada Família, os esposos sejam sinal vivo do amor de Deus, permanecendo unidos na graça e na fidelidade, até que Ele os chame à plenitude do Reino.