Filhos da Sagrada Família - Vocações Manyanet
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Por: Pe. Lucimar, SF,     23/02/2024 |  17:56:26
Quaresma 2024

“Por isso, eis que, eu mesmo, a seduzirei, conduzi-la-ei ao deserto e falar-te-ei ao coração”.
(Os 2,16)

 

Já iniciamos um novo Tempo Litúrgico, e como igreja iremos meditar ao longo deste tempo de deserto a nossa libertação do pecado e das ideologias que estão crescendo com muita facilidade dentro das nossas comunidades eclesiais, serão momentos para fazermos uma séria reflexão sobre o caminho proposto por Jesus e a resposta que devemos dar. Portanto, serão dias intensos, mas com muita satisfação em poder fazer algo de forma coerente para conquistarmos à meta, ou seja, o céu.

 

A Quaresma é o tempo que precede para que todos os católicos tenham uma devida preparação para celebrar a Páscoa. É um tempo de escuta da Palavra e de conversão. Para isso devemos pôr em prática os três pilares para verdadeiramente vivenciarmos bem este tempo penitencial: a oração, o jejum e a esmola (cf Mt 6,1-6.16-18).

 

Assim como o povo de Israel, peregrinou ao longo de quarenta anos pelo deserto para entrar na terra prometida, nós, a igreja de hoje, o novo povo de Deus, se prepara para durante quarenta dias para enfim, celebrar a Páscoa do Senhor. Não esquecendo que serão dias de penitência, mas não se trata de um tempo melancólico, triste ou pessimista. Pelo contrário, trata-se de um tempo especial de purificação e renovação da vida cristã.

 

A quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da conversão pessoal, caminho este que vem como uma alavanca para voltar ao estado de graça, ou seja, para que este estado de graça aconteça, devemos dar morte ao pecado que está instalado nos nossos corações, porque este pecado instalado no nosso interior nos faz estar cada vez mais distantes do plano salvífico de Deus.

 

O desejo de Deus é de nos conduzir ao deserto, lugar de silêncio, incomodidade, necessidade, ansiedade, medo, insegurança... Enfim, tudo isso para dizer que somente em Deus poderemos encontrar este estado de graça, para saciar a nossa sede (cf Sl 62): “Minha alma tem sede de ti, minha carne te deseja com ardor, como terra árida, esgotada, sem água”. Deus é aquele que nos conhece desde o ventre de nossa mãe. Ele conhece nossas entranhas mais profundas, conhece os anseios da nossa alma e do nosso coração, conhece nossas angústias, nossos sofrimentos e os desejos mais secretos. Ele conhece nossa intimidade e nos ama do jeito que somos.

 

Às vezes, queremos nos esconder até de Deus (cf Gn 3,1-13): “Eles ouviram os passos do Senhor Deus que passeava no jardim à brisa do dia e o homem e sua mulher se esconderam da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim”. Adão, quando pecou, escondeu-se do Senhor. Às vezes, não nos conhecemos nem nos damos a conhecer; vivemos nos escondendo atrás de máscaras, fantasias, roupas clichês, redes sociais, fotografias bonitas, artificialidades que não revelam a nossa verdadeira essência nem aquilo que, de fato somos.

Este será o tempo especial para nos deixar conduzir e seduzir pelo amor de Deus. Que sejamos dóceis aos planos do Senhor ao longo desta experiência transformadora e libertadora de todas as amarras que nos impedem de sermos livres, para viver, celebrar e testemunhar o novo que Jesus nos traz.

 

Desejo a todos uma Feliz e Santa preparação para a Páscoa de nosso Senhor Jesus Cristo.

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